quinta-feira, 20 de julho de 2017

Havok – “Conformicide”



(2017 – Nacional)
                                
Shinigami Records

O Havok ainda pode ser considerado uma banda jovem, já que surgiu em 2004 e seu debut, “Burn”, saiu no não tão distante ano de 2009. Mesma época em que o Thrash Metal retomou a ponta do iceberg chamado Metal de assalto e nos brindou com milhares de bandas por todo globo terrestre. Por isso, de início, o grupo soou um tanto quanto mais do mesmo, porém jamais ruim.

Mas, o Havok soube que o diferencial é não se manter na zona de conforto e foi se arriscando à medida em que seu som foi se moldando e criando certa propriedade. Isso pode ser confirmado neste quarto trabalho, que traz um resultado mais sólido do que a banda foi buscando gradualmente durante seus lançamentos.

Claro que além de suas próprias características, a banda traz influências (e são várias), afinal de contas deve ser impossível soar completamente orignial hoje em dia no Thrash Metal. Isto porque o estilo talvez seja o que mais se difundiu, se transformou e até criou vertentes dentro de si mesmo.

Portanto, notamos influências desde Megadeth (fase “Rust In Peace”), Exodus e Kreator na sonoridade da banda, que ainda injeta uma nada usual mescla de Crossover com Prog Metal nas composições de “Conformicide”. O resultado? Indigesto num primeiro momento, mas depois vai que vai e se torna viciante.

Guitarras bem timbradas, viradas estrategicamente bem construídas, solos com melodias na dose certa, um baixo que se desprende do tradicional e a inclusão de um ‘groove’ bem encaixado em algumas partes, além de interlúdios bem sacados, dão à tônica do disco. E que estreia do baixista Nick Schendzielos (Job For a Cowboy).

O trabalho ainda conta com uma produção que beira a perfeição, com uma timbragem gostosa de ouvir, equilíbrio e que soa orgânica mesmo sendo atual, mostrando que isso é possível. Mérito de Steve Evetts (Symphony X, Sepultura) que produziu e mixou o disco, sendo que a masterização foi de Alan Douches.

Por fim, as doze faixas contidas (incluindo aí um interessante cover do Pantera e mais dois bônus) praticamente se completam, fazendo da audição de “Conformicide” plenamente prazerosa. Imaginar que num primeiro momento o disco parecia bem chato... Por fim, é sair (e muito) no lucro, pois é um baita trabalho!


8,5

Vitor Franceschini

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